
"Dia de finados! Hoje, cumprindo a piedosa tradição, vão encher-se os cemitérios de gentes que, em sentida romagem de saudade, se ajoelharão perante a memória dos entes queridos. Campas modestas e solenes jazigos vão ficar, por igual, pejados de flores, que idêntico, em todos os seres humanos, é o sentimento de saudade e carinho pelos seus mortos. E com as flores ficará nas jazidas de uma lágrima de tristeza, enquanto, ao céu, por alma e pelo descanso eterno dos finados, hão-de subir, em suaves murmúrios, as preces fervorosas de todos os vivos. Já ontem, comemorando o Dia de Todos-os-Santos, esse nobre sentir, tão arreigado nos portugueses, se manifestou nas igrejas e capelas, repletas de fiéis. Nos cemitérios, aproveitando o feriado, estiveram já ontem, também, milhares de pessoas. As campas rasas, cobertas de crisântemos e amorosamente alindadas, ofereciam aspecto impressionante."
Diário de Notícias, 2 Novembro 1957
André Pereira
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